Casa do Soito e Paço dos Cunhas, incluindo jardins e pomares delimitados por uma cerca

Designação
Designação: Casa do Soito e Paço dos Cunhas, incluindo jardins e pomares delimitados por uma cerca
Localização
Distrito: Viseu
Concelho: Nelas
Freguesia:
Morada: Largo do Paço
Georreferenciação: Latitude: 40.572314 / Longitude: -7.891576
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: O Paço dos Cunhas, de origem mais remota, e a Casa do Soito, de construção setecentista, encontram-se ligados desde o início do século XIX, quando o primeiro imóvel foi adquirido pelo proprietário do segundo, José Caetano dos Reis. De acordo com a inscrição presente sobre o portal principal, o Paço dos Cunhas foi edificado em 1609 por iniciativa de D. Pedro da Cunha, muito possivelmente, sobre uma estrutura anterior. O seu filho, D. Lopo da Cunha, manteve bem vivas as relações do pai com Castela, o que lhe veio a custar, no contexto das guerras da Restauração, o confisco dos seus bens e o exílio em Espanha. O património dos Cunhas, senhores da Casa de Santar (entre outros títulos e cargos), passou a ser administrado pela Junta dos 3 Estados, integrando, depois, a Casa do Infantado. D. João V acabaria, em 1725, por restituir aos descendentes a Casa de Santar que, por falta de linhagem, foi adquirida pelo proprietário da Casa do Soito, integrando, assim, esta vasta quinta. Do edifício seiscentista, de feição maneirista, resta a fachada principal, com o pórtico flanqueado por duas colunas, lintel com inscrição, e o brasão dos Cunhas, que faz elevar a cornija, que forma uma curva. Ladeiam o portal duas janelas com balaustradas. Os corpos que formam um L apresentam alçados de cantaria, com vãos sem qualquer decoração. Por sua vez, a casa do Soito, pertença dos Coelho do Amaral, cujo brasão é bem visível sobre a porta principal, foi edificada no decorrer do século XVIII, beneficiando de todo um aparato cenográfico que lhe é conferido quer pela escadaria de acesso, quer pela decoração da fachada, quer ainda pelos jardins desenvolvidos em diferentes patamares, com balaustradas, bancos de azulejos, e estátuas. Desenvolve-se numa planta em L, com algumas irregularidades, e é antecedida por uma escadaria de lanços convergentes, com balaustrada, marcada por grandiosas urnas, que liga o jardim, numa cota mais baixa, ao nível da fachada. Esta, é aberta por cinco vãos em cada um dos pisos, destacando-se a composição central, que une numa mesma moldura o portal e a janela, encimados pelo brasão da família. Esta solução, bastante comum na arquitectura senhorial do século XVIII, obriga ao alteamento da cornija, que desenha uma curva muito pronunciada, formando uma espécie de tímpano, o que faz sobressair ainda mais este elemento de poder e prestígio. Nas molduras dos vãos predominam as linhas curvas, o que confere um maior dinamismo ao conjunto. Do lado esquerdo, um outro corpo recuado, forma um terraço. No interior da Casa, as salas mantêm os textos de caixotões ou em estuque, conservando, ainda, o equipamento decorativo que, desde o século XVIII, é parte integrante do imóvel, e cuja importância artística tem conduzido a várias tentativas de musealização do espaço. A necessidade de preservação deste significativo espólio teve como consequência a criação de uma fundação, a Fundação Casa do Soito, depois transformada na Sociedade Agrícola Casa do Soito, que deveria tirar partido, também, das potencialidades agrícolas e vinícolas da quinta. (Rosário Carvalho) (Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=74899. Imagem captada em abril 2024 @Google)
Proteção
Situação: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Diploma de Classificação: Decreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):