Estação de arte rupestre de Alagoa

Designação
Designação: Estação de arte rupestre de Alagoa
Localização
Distrito: Viseu
Concelho: Tondela
Freguesia: Barreiro de Besteiros e Tourigo; Castelões
Morada: Cortiçada
Georreferenciação: Latitude: 40.521386 / Longitude: -8.164325
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: 𝗦𝗶́𝘁𝗶𝗼: A Estação de Arte Rupestre de Alagoa localiza-se no concelho de Tondela, na União das freguesias de Barreiro de Besteiros e Tourigo, entre as povoações de Cortiçada e Tojosa. Dista sensivelmente 1,2 km para sudoeste da primeira e 1,3 km a nascente da segunda. Implanta-se na extensa planura de Vale de Besteiros, numa suave encosta, a cerca de 230 metros de altitude, bordejada por uma modesta linha de água, afluente do Rio de Castelões, que cobre parcialmente alguns painéis insculpidos. O concelho de Tondela é rico em vestígios desta natureza. Foram identificados petróglifos em Portela da Pegadinha, Fial, Carregueira, Picoto, Vale da Ferradura, Moledinhos, Laja das Côcas, Pedra do Lobo e Valeira Ferradura. É a região do país onde se conhece a maior concentração de podomorfos, normalmente próximos de cursos de água e locais de passagem. O núcleo de Arte Rupestre ao ar livre da Alagoa é constituído por oito lajes de superfície horizontal decoradas, com mais de uma centena de motivos, distribuídas por diversas plataformas naturais, ocupando uma área que ronda os 100 m². No registo iconográfico destacam-se sobretudo os podomorfos figurados em linha de contorno acompanhados de círculos, ferraduras e "covinhas". A sobreposição das gravuras é frequente e chegam a atingir os seis motivos. A densidade de pegadas gravadas permitiu a elaboração de sete grupos de com características formais específicas. A técnica empregue para a gravação das rochas foi a picotagem com recurso a utensílios líticos, alguns dos quais poderão ter sido descartados no local, seguida da abrasão para aprofundamento dos sulcos. A cronologia proposta por Mário Varela Gomes e Jorge Pinho Monteiro que estudaram o arqueossítios nos anos 70 do século passado, estabelecida com base em paralelos, remete para a última fase do Bronze Final e Idade do Ferro. No sítio foi ainda registada uma fossa escavada na rocha de planta retângular desconhecendo-se a relação com as lajes gravadas. 𝗛𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮: O conhecimento deste núcleo de arte rupestre deve-se a uma informação transmitida por António Marques, residente em Cortiçada, aos investigadores Mário Varela Gomes e Jorge Pinho Monteiro, quando estes realizam um levantamento da arte rupestre em território nacional, no ano de 1974. Localmente estas eram conhecidas com a designação de Pegadas da Nossa Senhora, e no ano seguinte, os referidos investigadores, beneficiando de um apoio da Junta Distrital de Viseu, efetuaram o estudo das lajes que resultou na primeira sistematização dos podomorfos em Portugal e onde foi proposta uma cronologia e uma hipótese interpretativa ligada ao tema da presença ou da passagem dos Mitos de Viagem, posteriormente cristianizados como a designação popular atesta. Após esta intervenção não voltaram a ser realizados trabalhos arqueológicos neste espaço. Ana Vale DGPC, 2019 (Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=16387070)
Proteção
Situação: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Diploma de Classificação: Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):