Anta da Arquinha da Moura

Designação
Designação: Anta da Arquinha da Moura
Localização
Distrito: Viseu
Concelho: Tondela
Freguesia:
Morada:
Georreferenciação: Latitude: 40.508412 / Longitude: -8.008725
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: A Anta da Arquinha da Moura, localiza-se na freguesia de Lajeosa do Dão, concelho de Tondela. Encontra-se a cerca de 3 km a sudoeste da vila de Lajeosa do Dão. Implanta-se numa pequena chã, sobre um afloramento granítico a uma cota de 320 metros, na proximidade da escarpa que ladeia a margem direita do rio Dão. Este monumento megalítico é constituído por uma câmara poligonal delimitada por sete esteios de granito de grão médio/grosseiro, dos quais quatro revelam pinturas. Possuía originalmente dois pilares à entrada, restando atualmente apenas um. O chapéu está danificado na extremidade nascente. Apresenta uma área de sensivelmente 9,3 metros quadrados e atinge os 2,58 metros de altura. Possui corredor de acesso de 4 metros de comprimento e 1,67 de altura média, bem diferenciado da câmara, orientado a este-noroeste, formado por cinco ortóstatos de cada lado e foi colocada ligeiramente descentrado do eixo da estrutura. Apenas se mantinha preservada in situ uma das suas lajes de cobertura. O tumulus envolvente, de planta elíptica, estava bem preservado e a escavação confirmou que não tinha carapaça pétrea. Atinge os 3 metros de altura e 27 metros de largura máxima. As pinturas, maioritariamente figurativas, foram executadas a vermelho e negro, por vezes sobre preparado a branco. O reportório temático, de caracter esquemático, enquadrava-se no antigo Grupo de Viseu. A laje de cabeceira expõe uma composição de dois antropomorfos ligados por um motivo com três círculos concêntricos. O inferior mostra o motivo "forma de pele esticada" (skin skeuomorph). São ainda acompanhados por dois quadrúpedes, um caprídeo, um cervídeo e outros quatro antropomorfos, dois dos quais fálicos. À direita do esteio de cabeceira, na direção sul regista-se outro esteio decorado, dominado por um antropomorfo de grandes dimensões pintado a vermelho. Trata-se, possivelmente, do motivo "forma de pele esticada", igualmente presente na cabeceira da câmara, embora este exiba os braços fletidos, as pernas arqueadas e um contorno "rendilhado". São percetíveis outros três antropomorfos distribuídos lateralmente aproximadamente na linha de cintura da composição preponderante. À esquerda da figura central poderia estar desenhada uma grade desenhada a tracejado. Destaca-se uma única figura a preto colocada sobre o braço do maior antropomorfo. As condições de preservação dos restantes pictogramas não permitem a sua leitura. Foram identificadas ossadas na camara, sem conexão anatómica, distribuídas junto aos esteiros laterais, com uma evidente diminuição junto ao esteio de cabeceira e ausentes na parte central do monumento. Os vestígios osteológicos distribuíam-se por tipos (crânios, ossos longos, etc.) e nos crânios recolhidos encontram-se ausentes os ossos da face. O cálculo realizado com base nos ossos recolhidos indica a presença de sete adultos e um não adulto, de ambos os sexos e representando diversos escalões etários. A escavação permitiu a recolha de um vasto espólio materializado em vasos globulares, taças carenadas, vasos de perfil em S, vasos troncocónicos invertidos com mamilo, lâminas de sílex, pontas de seta, machados de pedra polida, foices, contas de colar. A edificação da Anta da Arquinha da Moura remonta ao Neolítico, nas a sua utilização poderá ter persistido no Calcolítico. Terá sido alvo vitima de violações posteriores que afetaram parcialmente o corredor. História A divulgação, identificação e estudo deste dólmen deve-se a Ana Leite da Cunha que desde 1991 realizou duas campanhas de escavação, após uma noticia publicada no Jornal de Tondela. No entanto este evidencia vestígios de utilização recente como abrigo presumivelmente por habitantes da região que acediam ao monumento através de uma abertura na tampa. Mais recentemente, em 2005, foi realizada uma ação de conservação das estruturas sob a direção cientifica de João Perpétuo e Joaquim Garcia. Ana Vale DGPC, 2019 (Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=74043. Foto: SIPA.00014892)
Proteção
Situação: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Diploma de Classificação:
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):