Conjunto constituído pelo Santuário do Senhor Santo Cristo da Fraga, ruínas do antigo convento, conduta de água e Casa de Romagem

Designação
Designação: Conjunto constituído pelo Santuário do Senhor Santo Cristo da Fraga, ruínas do antigo convento, conduta de água e Casa de Romagem
Localização
Distrito: Viseu
Concelho: Sátão
Freguesia: Ferreira de Aves
Morada:
Georreferenciação: Latitude: 40.818619 / Longitude: -7.627108
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: O antigo convento franciscano do Senhor Santo Cristo da Fraga teve origem numa capela erguida a partir de 1741 no local onde havia sido descoberta uma imagem miraculosa de Cristo crucificado (ALVES, 1973, p.252 e ss). A construção do templo primitivo, depois integrado na igreja conventual, ficou a dever-se à iniciativa e à doação dos bens do cónego da catedral de Viseu, Agostinho Nunes de Sousa (e de sua tia Sebastiana de Almeida), natural de Aldeia Nova e que visitou o local onde a imagem foi encontrada (IDEM, p. 254-260). A primeira pedra foi lançada a 8 de Março de 1742 e as obras correram céleres, pois a 26 de Julho do mesmo ano era celebrada a primeira missa na capela-mor, cuja obra de pedraria estava já terminada (IDEM, p. 260). A muita fama alcançada pela imagem veio a estar na origem de uma romaria constante e a necessidade de criar condições para acolher os peregrinos começou a fazer-se sentir com mais intensidade. Os trabalhos para a construção de uma casa de romagem tiveram início com o mestre pedreiro Jerónimo de Andrade, sob o patrocínio do capitão-mor de Penalva do Castelo, João Rodrigues Pereira de Albuquerque e Castro (IDEM, p. 262). Em 1743 os eremitas de Santo Agostinho pediram para se instalar no Santuário, mas alguns problemas de gestão ditaram a sua retirada apenas nove meses depois (IDEM, p. 265). Paralelamente, decorriam as obras do corpo da capela, pagas a expensas das esmolas dos fiéis. Todavia, algumas questões relativas ao padroado e administração do Santuário acabaram por atrasar o processo, concluído com a obra de pedraria do corpo em 1745. No ano seguinte foi executado o retábulo e em 1747 há notícia da existência de dois arcos de cantaria com os respectivos altares dedicados a Nossa Senhora do Carmo e São José. Por fim, em 1748 abriu-se uma calçada que permitia o mais fácil aceso à capela (IDEM, pp. 278e ss.). A partir de 1749 a capela é doada aos religiosos Capuchos de S. Francisco que aí edificaram um hospício, transformado em 1779 em convento regular (IDEM, 1974, p. 19). A igreja que hoje conhecemos remonta à intervenção destes religiosos, integrado a pequena capela original, na parede do lado do Evangelho. Trata-se de um templo de nave única, com vários altares, capela-mor num plano mais alto e retábulo rococó. As dependências conventuais foram edificadas entre 1754 e 1778, caracterizando-se por uma depuração arquitectónica própria dos franciscanos (IDEM, p. 25). O edifício monástico que, de acordo com o inventário realizado aquando da extinção das ordens era bastante completo, subsiste ainda, embora o claustro tenha sido desmontado e se encontre hoje no Museu do Caramulo. Trata-se de um exemplar depurado, com arcadas toscanas no piso térreo e varanda no superior. Com a extinção das Ordens em 1834, as dependências e a igreja foram cedidas à Ordem Terceira, conhecendo depois vários institutos religiosos. Só depois da implantação da República foi vendido em hasta pública a um particular. (Rosário Carvalho) (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=3746979)
Proteção
Situação: Classificado como CIP - Conjunto de Interesse Público
Diploma de Classificação: Portaria n.º 278/2013, DR, 2.ª série, n.º 91, de 13-05-2013 (com restrições)
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):