Edifício do antigo seminário de Viseu, depois Paço dos Bispos de Viseu, vulgarmente conhecido pelo nome de «Colégio»

Designação
Designação: Edifício do antigo seminário de Viseu, depois Paço dos Bispos de Viseu, vulgarmente conhecido pelo nome de «Colégio»
Localização
Distrito: Viseu
Concelho: Viseu
Freguesia: Viseu
Morada: Adro da Sé, contíguo à Sé Catedral
Georreferenciação: Latitude: 40.660129 / Longitude: -7.910839
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: Em 1563 um decreto do Concílio de Trento estabeleceu que todas as Catedrais deveriam patrocinar a edificação de um colégio, para a educação de grupos de jovens vocacionados para a vida eclesiástica. Em Viseu, o Seminário Conciliar foi instituído em 1587 pelo bispo D. Nuno de Noronha, que destinou um espaço dentro do seu Paço para a edificação do colégio, com a invocação de Nossa Senhora da Esperança. As obras iniciaram-se no ano de 1593, e no ano seguinte D. Nuno de Noronha foi transferido para a diocese da Guarda, ficando a obra a cargo do novo bispo, o dominicano D. Frei António de Sousa. Não se conhecem dados sobre o autor da traça do edifício, embora a obra apresente "uma estética arquitectónica castelhana" (RUÃO, Carlos,2000,p.16). Em 1613 a campanha de obras era dirigida por Domingos Rodrigues, sabendo-se que o espaço interior do seminário não estava ainda terminado em 1639. O edifício possui planta quadrangular, que se desenvolve à volta de dois pátios internos, evoluindo em três ou quatro registos, consoante a inclinação do terreno onde está implementado. As quatro fachadas do edifício assemelham-se na sua estrutura, com a disposição simétrica de diversas janelas nos pisos superiores. O último piso é separado por um friso que percorre todo o edifício. O remate superior do conjunto é feito por cornija, com gárgulas de canhão e pináculos nos ângulos. Na fachada principal destaca-se o portal, ladeado por duas colunas estriadas, encimadas por arquitrave e cartela com inscrição em epígrafe, alusiva aos bispos que iniciaram a obra, ladeada por duas pedras de armas e rematada por um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Esperança, padroeira do seminário. O conjunto é rematado por frontão triangular. O espaço interior do colégio desenvolve-se em torno de dois espaços, o pátio interior fronteiro à entrada principal, e um claustro que dá acesso à Sé, um espaço quadrangular de três registos executado no século XVII (CORREIA, Alberto,2000,p.64). O edifício do Seminário apresenta uma estrutura maneirista, muito semelhante à arquitectura solarenga dos finais do século XVI. O edifício desenvolve-se num volume sólido e austero, despido de decoração, em que a disposição simétrica das fenestrações marca o ritmo das fachadas. Ao longo das centúrias seguintes, o edifício sofreu algumas vicissitudes, nomeadamente ao nível estrutural. Ainda no ano de 1635 o desmoronamento da Torre dos Sinos, na Sé, provocou danos na fachada do Seminário que confina com a catedral, e em 1710 a queda de um raio, na mesma torre, provocou a queda de algumas paredes e varandas. Três anos depois, um incêndio no edifício destruiu mais algumas dependências. A partir de 1810, com as Invasões Francesas, o edifício foi cedido para aquartelamento e hospitais, e em 1824 o Seminário seria transferido para a Congregação do Oratório de São Filipe Néri. Depois de 1849 o edifício foi doado à cidade, e a partir dessa data o espaço foi utilizado para a instalação de diversas instituições públicas. Em 1911 o edifício do Seminário foi incorporado nos bens nacionais, e dois anos depois, a 31 de Dezembro de 1913, um decreto governamental instituiu um Museu Regional de Arte no local, para assegurar a salvaguarda de diversas peças quinhentistas, tais como as tábuas do retábulo da capela-mor. O museu, denominado Museu Grão Vasco, foi inaugurado em 1918, ocupando apenas algumas dependências do colégio. Só em 1924 o museu ocupou todo o espaço do edifício. Em 2000, foi executado um projecto de remodelação do Museu Grão Vasco, coordenado pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura, visando a transformação do espaço museológico, mas com o cuidado de preservar, o mais possível, o espaço exterior do edifício (MOURA, Eduardo Souto de, 2000). Catarina Oliveira IPPAR/2005 (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=70674)
Proteção
Situação: Classificado como MN - Monumento Nacional
Diploma de Classificação: Decreto n.º 9 953, DG, I Série n.º 171, de 31-07-1924
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):