Campo Militar de Aljubarrota

Designação
Designação: Campo Militar de Aljubarrota
Localização
Distrito: Leiria
Concelho: Batalha; Porto de Mós
Freguesia: Batalha (Batalha); Calvaria de Cima (Porto de Mós)
Morada:
Georreferenciação: Latitude: 39.656130 / Longitude: -8.831612
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: O Campo Militar de São Jorge, situado num planalto junto da povoação de Aljubarrota, foi o cenário de uma das mais importantes batalhas da história de Portugal. A Batalha de Aljubarrota constituiu episódio decisivo na afirmação da soberania nacional, bem como uma das mais relevantes batalhas medievais europeias. O seu desfecho representou a resolução da crise dinástica gerada aquando da morte de D. Fernando I. Pelo tratado de paz de Salvaterra de Magos, assinado em 1383 entre o monarca português e D. João I de Castela, ficara acordado o casamento deste último com a infanta D. Beatriz de Portugal, celebrado pouco depois. Segundo as disposições do tratado, o filho que nascesse desse casamento herdaria o reino de Portugal, no caso de D. Fernando morrer sem deixar herdeiro varão. Quando tal aconteceu, e ficando regente D. Leonor Teles, o rei castelhano reclamou a coroa de Portugal e preparou a invasão do reino. Era assim desencadeada a crise de 1383-85, que esteve na origem da Batalha dos Atoleiros, em 1384, vencida por Portugal, e que terminaria com a vitória de D. João I em Aljubarrota, no ano seguinte. O núcleo 1 corresponde à colocação inicial do exército português, enquanto o núcleo 2 respeita à posição final da batalha, a cerca de 2 km daquela, para onde se deslocou pouco antes da batalha, sob o comando de D. Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino. A contenda foi travada a 14 de Agosto de 1385 no cimo de um planalto, em posição bem defendida pelas características naturais do terreno e pela abertura de fossos e construção de barreiras de protecção camufladas. O exército português adoptou um dispositivo rectangular, constituído por vanguarda apeada, com sucessivas filas de lanceiros, destinadas a enfrentar a cavalaria inimiga, numa táctica conhecida como técnica do quadrado, uma das novas técnicas de defesa da infantaria introduzida na Europa durante a Guerra dos Cem Anos. Os castelhanos avançam com a cavalaria, que é logo rechaçada nas obras de fortificação levantadas pelos portugueses, obrigando o inimigo a desmontar. Os atiradores do exército de D. Nuno castigam então os adversários, que encontram ainda uma frente de batalha afunilada, estreitada pelos fossos e barreiras. Ao mesmo tempo, as alas montadas não conseguiam rodear e cercar a formação portuguesa, devido à estreiteza do planalto. Assim, e repetindo noutra escala a proeza conseguida nos Atoleiros, os oito mil homens de D. Nuno Álvares Pereira e do recém-aclamado D. João I venciam as hostes de quarenta mil castelhanos comandados por D. João de Castela. O reino vizinho não conseguiu reorganizar nova campanha militar, pelo que a vitória nacional significou a manutenção da independência, juntamente como a afirmação de uma nova dinastia. A Batalha de Aljubarrota é ainda uma das poucas na Europa onde é possível reconstituir o posicionamento das tropas. Diversas escavações arqueológicas, iniciadas por uma campanha que decorreu entre 1958 a 1960, e retomadas nos anos 80 e 90 e ainda em 2003 e 2004, permitiram encontrar 830 "covas de lobo" ou armadilhas escavadas, dispostas em quarenta filas, uma grande fossa com cerca de 182 metros de extensão e outras menores, para além de um fosso construído já depois da batalha, para prevenir o regresso dos castelhanos, e restos de ossadas de humanos e das suas montadas, que poderão estar relacionados com a batalha. De facto, Aljubarrota constitui um dos exemplos mais significativos da história dos sistemas e dispositivos tácticos utilizados na europeu de finais da Idade Média. Junto ao campo militar existe uma capela, originalmente dedicada à Virgem, cuja construção se iniciou em 1393, e que traduz o agradecimento pela vitória de Portugal, expresso igualmente no Mosteiro da Batalha, levantado a partir de 1388. Ao lado da capela fica o novo Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, adaptação do antigo Museu Militar. Sílvia Leite/ DIDA/ IGESPAR, I.P./2007 (Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=3729416. Imagem captada em abril 2024 @Google)
Proteção
Situação: MN - Monumento Nacional
Diploma de Classificação: Decreto n.º 18/2010, DR, 1.ª série, n.º 250, de 28-12-2010
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP): Portaria n.º 426/2012, DR, 2.ª série, n.º 175, de 10-09-2012