Mercado de Santana

Designação
Designação: Mercado de Santana
Localização
Distrito: Leiria
Concelho: Leiria
Freguesia: Leiria, Pousos, Barreira e Cortes
Morada: Largo de Santana
Georreferenciação: Latitude: 39.742945 / Longitude: -8.807323
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: Actualmente reconvertido, por excelência, no espaço cultural da cidade, o antigo Mercado de Santana conservou o seu traçado original, um projecto do arquitecto suíço Ernesto Korrodi, com data de 1921. Em 1903, era demolido o Convento de Santana, situado neste mesmo local. Mais tarde, a Câmara de Leiria convidou Korrodi, estabelecido na cidade desde 1894, a desenvolver um novo plano urbanístico para toda a área conventual, entretanto desaparecida, onde se incluía a edificação de um mercado municipal. Seria mais um projecto de âmbito municipal a executar por este arquitecto, que já havia, à época, concebido o próprio imóvel dos Paços do Concelho de Leiria (1903). No Mercado, é uma arquitectura utilitária que impera, aliada a conceitos e materiais tradicionais, resultando nesta confluência um edifício ecléctico, mas habitual no trabalho de Korrodi, principalmente no âmbito das encomendas municipais. De acordo com os estudo de Lucília Verdelho da Costa, que temos vindo a seguir, "Ernesto Korrodi combinaria, assim, um tipo de arquitectura utilitária com uma concepção arquitectónica tradicional que se manifesta tanto no trabalho das cantarias como no seu emprego como elementos essenciais da composição e da concepção das obras (...) na realidade, enquanto a maior parte destes edifícios se construíam também em ferro e vidro, Korrodi recorreria, uma vez mais, aos materiais tradicionais (...)"(1997, p. 274). Importa, no entanto, não deixar de lado a inserção urbanística, factor de grande significado no conjunto da obra do arquitecto suíço que, de forma particular, "soube estabelecer uma aliança entre a obra e o lugar, e na qual consiste, muitas das vezes, a qualidade dos seus projectos" (VERDELHO DA COSTA, 1997, p. 272). Factor bem patente no Mercado de Leiria, cuja planta desenha um trapézio irregular, e a fachada principal uma curva, que enquadra o largo fronteiro. A planta do edifício, inaugurado em 1931, define uma área descoberta ao centro, e as suas fachadas são abertas por uma arcada contínua. Na principal, os arcos surgem em escalas diferenciadas, convergindo, ao centro, na porta principal, em arco de volta perfeita, a que se sobrepõem três vãos rectangulares e o frontão com as armas da cidade no tímpano. O beirado percorre toda a fachada, contornando o frontão e o alteamento da cimalha, sobre as janelas de sacada dos corpos laterais. A entrada lateral é flanqueada por dois torreões, articulado com um terceiro e com o corpo principal, num jogo de volumes que quebra "a monotonia das arcadas" (VERDELHO DA COSTA, 1997, p. 273). Na reconversão a espaço cultural manteve-se o traçado exterior e, nos espaços internos, a sua redefinição procurou respeitar o sentido global da arquitectura de Korrodi. Na verdade, a partir de 1958, sentiu-se a necessidade de um outro espaço mais actualizado e de acordo com as exigências da época. Edificou-se, para tal, um novo edifício para o Mercado, e o antigo foi alvo de outras ocupações até que, em 1996, a Câmara Municipal lançou um concurso para a sua remodelação, ganho por uma equipa de arquitectos formada por Rui Ribeiro, Jorge Estrela e António Luís Ferreira. Actualmente, o novo Mercado, inaugurado a 28 de Julho de 2003, dispõe de dois auditórios, sala de exposições, galeria de pintura, bar, café e restaurante, proporcionando uma série de actividades de carácter cultural. (Rosário Carvalho) (Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73193. Imagem captada em abril de 2024 @Google)
Proteção
Situação: Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público
Diploma de Classificação: Portaria n.º 581/2011, DR, 2.ª série, n.º 113, de 14-06-2011
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP): Portaria n.º 581/2011, DR, 2.ª série, n.º 113, de 14-06-2011 (sem restrições)