Capela de Nossa Senhora da Paz

Designação
Designação: Capela de Nossa Senhora da Paz
Localização
Distrito: Leiria
Concelho: Ansião
Freguesia:
Morada:
Georreferenciação: Latitude: 39.931648 / Longitude: -8.42855
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: A Capela de Nossa Senhora da Paz foi edificada em 1623, sendo referida a sua existência por Manuel Severim de Faria em 1625, que descreve esta "(...) igreja fabricada de dous anos para qua no termo da villa de Ancião no Lugar da Constantina." (MALVA, Filomena, 1996, p. 54). Segundo a tradição local, a imagem de Nossa Senhora da Paz foi transferida da Matriz de Ansião para uma pequena ermida existente em Constantina cerca de 1622, originando uma série de acontecimentos milagrosos no local. Por este facto, edificou-se um novo templo naquele lugar, que se tornou num centro de romagens, passando a ser administrado pela Confraria de Nossa Senhora da Paz, instituída no ano seguinte e confirmada por alvará de Filipe III editado em 1624. A capela apresenta uma estrutura chã de gosto classicizante e linhas sóbrias. O corpo do templo é precedido por uma galilé alpendrada composta por dez colunas. A fachada apresenta ao centro o portal principal, de moldura rectangular, onde foi gravada no lintel a data de fundação, 1623, encimado por um nicho concheado ladeado por enrolamentos e encimado por um friso. O conjunto é flanqueado por duas janelas com grades de ferro. O espaço interior de nave única é coberto por tecto de madeira, destacando-se no programa decorativo os retábulos laterais de talha de estilo nacional. O arco triunfal é gravado em toda a superfície com relevos de motivos geométricos e florões. A capela-mor é coberta por tecto de caixotões decorados com pintura de brutesco, no fecho dos quais foi pintado o símbolo da Dinastia de Bragança, tendo este conjunto sido realizado no período pós-Restauração. As paredes laterais são decoradas com telas alusivas ao Pecado Original e à Imaculada Conceição, "(...) que pela sua plasticidade técnica, de fraco teor regionalista, parecem situar-se no período joanino." (Idem, ibidem, p. 66). Ao centro da capela-mor foi edificado o retábulo de gosto maneirista, num modelo de estrutura arquitectural de linhas chãs. Este conjunto retabular de talha dourada, decorado com relevos de motivos grotescos, integra cinco tábuas a óleo com temática alusiva à Vida da Virgem. As pinturas dividem-se pelos dois registos do retábulo, dispondo-se à volta da imagem de Nossa Senhora da Paz, colocada no nicho central. Ladeando a escultura foram colocadas a Visitação e o Aparecimento de Cristo à Virgem, correspondendo-lhes no registo superior a Imposição da casula a Santo Ildefonso, a Adoração dos Pastores e a Virgem com o Menino. Desconhecendo-se o autor das telas, executadas cerca de 1630, este conjunto de pintura maneirista de cariz regional, com uma "(...) linguagem de ambivalência entre o culto mariano e a contextualização filipina" (Idem, ibidem, p. 56), apresenta uma notória influência dos modelos tardo-maneiristas executados à época em Lisboa. Catarina Oliveira GIF/IPPAR/ 20 de Julho de 2005 (Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=155603)
Proteção
Situação: Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público
Diploma de Classificação: Portaria n.º 226/2013, DR, 2.ª série, n.º 72, de 12-04-2013
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP): Portaria n.º 226/2013, DR, 2.ª série, n.º 72, de 12-04-2013 (sem restrições)