Monumento Megalítico de Chão Redondo 1 e 2

Designação
Designação: Monumento Megalítico de Chão Redondo 1 e 2
Localização
Distrito: Aveiro
Concelho: Sever do Vouga
Freguesia: Talhadas
Morada: Serra das Talhadas
Georreferenciação: Latitude: 40.664073 / Longitude: -8.311816
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: O "Monumento Megalítico de Chão Redondo 1 e 2", situado na Serra das Talhadas, nas proximidades de uma área coberta de vinhas, foi erguido durante o Neolítico desta região do actual território português e a cerca de cento e cinquenta metros da estrada que liga as localidades de Talhadas e Eireira. Edificado durante o Neolítico final e reutilizado já em pleno Calcolítico, este monumento megalítico insere-se morfologicamente num dos três tipos se sepulcros sob tumulus - ou mamoa - esquematizados para o megalitismo da Beira Alta tout court. Referimo-nos, em concreto, aos dólmens de câmara subtrapezoidal ou poligonal, de corredor mais ou menos indiferenciado (JORGE, S. O., 1990, p. 135), evidenciando um poliformismo arquitectónico eventualmente decorrente "[...] de uma diferenciação social emergente no seio de comunidades ainda de raiz igualitária [...] um processo capital de evolução estrutural da sociedade." (Ibid.). Estamos, assim, em presença de uma necrópole constituída por dois dólmens: 1 e 2, este último melhor conhecido. Com efeito, o "Dólmen 2" é composto de câmara funerária alongada de planta trapezoidal, de cujos esteios originais remanesceram apenas três in situ. Enquanto isso, o corredor de acesso, com pouco mais de dois metros de comprimento, apresenta oito dos esteios que o constituíram primordialmente, quatro de cada lado. Não obstante, a sua maior singularidade residirá na presença de gravuras no esteio de cabeceira (por norma de maiores dimensões), nos dois que o ladeiam e num quarto pertencente ao corredor, sobretudo pela raridade com que surgem nos exemplares megalíticos desta região do país, especialmente quando comparadas à pintura, assaz expressiva nos seus sepulcros. Os motivos identificados reportam-se essencialmente a linhas ondulantes e ziguezagueantes, a par de círculos, losângulos e tracejados diagonais. Para além deste aspecto, o monumento ainda ostenta a respectiva mamoa - ou tumulus que o cobriria na totalidade, com cerca de quinze metros de diâmetro e quase dois de altura, apesar de ter sido entretanto parcialmente destruída pela acção de um arado, como tem sucedido ao longo dos tempos com relativa frequência em zonas de intensa actividade agrícola. Integrar-se-á ainda neste conjunto megalítico a "Anta da Capela dos Mouros" (também conhecida localmente por "Portela do Carrazedo"), cuja designação evidencia muito do imaginário popular que sempre envolveu estas estruturas pré-históricas e a sua recorrente conotação à presença islâmica em solo português. Com câmara sepulcral de igual configuração trapezoidal, com um diâmetro máximo de quase sete metros e meio e dois dos seus esteios in situ, este elemento apresenta um corredor formado por esteios (dos quais chegaram oito até à actualidade) afeiçoados em granito e dispostos ao longo de aproximadamente dois metros e dez de extensão. Subsistem ainda as lajes de cobertura, tanto da câmara como do próprio corredor, a par da mamoa - ou tumulus - que protegeria toda a edificação quando da sua construção. [AMartins] (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73183)
Proteção
Situação: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Diploma de Classificação: Decreto n.º 5/2002, DR, I Série-B. n.º 42, de 19-02-2002
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):