Passos de Ovar

Designação
Designação: Passos de Ovar
Localização
Distrito: Aveiro
Concelho: Ovar
Freguesia: União de Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã
Morada: Avenida do Bom Reitor (interior da Igreja Matriz); Praça da República; Rua Alexandre Herculano; Rua Alexandre Herculano (no ângulo com a Tv. do Paço); Largo dos Combatentes da Grande Guerra; Largo Mouzinho de Albuquerque; Largo dos Bombeiros Voluntários de Ovar
Georreferenciação: Latitude: 40.859373 / Longitude: -8.619921
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: Percurso evocativo da caminhada de Jesus pelas ruas de Jerusalém, desde o Pretório de Pilatos até ao Calvário (já fora dos muros da cidade), a Via Sacra foi recriada nos mais variados locais, para recordar, a quem a percorresse, a Paixão de Cristo, observando a iconografia presente em cada uma das estações. O período barroco, com toda a carga cenográfica e penitencial que lhe é própria, recriou com frequência esta ideia de caminho que conduz à vida eterna, ou percurso de Salvação, através dos longos escadórios evocativos da Paixão de Cristo, e de que são exemplo, entre outros, o santuário do Bom Jesus do Monte, ou a Via Sacra do Buçaco. No caso de Ovar, e tal como acontece em tantas outras vilas e cidades, a Via Sacra é um trajecto urbano, constituído por um conjunto de cinco passos integrados na malha urbana, pela capela do Pretório, junto ao alçado lateral da igreja matriz, e pela capela do Calvário, esta última de grandes dimensões e à qual se acede através de uma longa escadaria. A procissão dos Passos de Cristo era uma tradição antiga de Ovar, realizada com figuras de palha e com capelas portáteis até à construção deste conjunto, ocorrida entre 1747 e 1756. Inicialmente, eram edificações isoladas, que a cidade foi integrando e envolvendo por outros imóveis de maiores dimensões. O primeiro passo é o da capela do Pretório, na igreja matriz, rematado por frontão de volutas interrompido e com retábulo de talha polícroma no interior. Os restantes cinco conservam uma estrutura idêntica, com fachada-portal definida por pilastras, coroada por cimalha curva assente sobre aletas e decorada por enrolamentos de folhas de acanto. Sobre o frontão triangular, encontram-se dois balaústres laterais e uma cruz na empena. As portadas são de madeira e foram acrescentadas posteriormente. No interior, as paredes são pintadas e os retábulos são de talha dourada e polícromada com esculturas de grandes dimensões, numa iconografia que se relaciona com o respectivo passo - Senhor caído por terra, Encontro, Cireneu, Verónica e Filhas de Jerusalém. Por fim, a capela do Calvário é antecedida por uma longa escadaria, apenas concluída em 1782 e, segundo se crê, desenhada por Francisco Rodrigues Ferreira (GONÇALVES, 1981). A sua fachada divide-se em três corpos, correspondendo os laterais à sacristia e o central à nave. Este, é definido por pilastras e aberto pelo portal principal, em arco ultrapassado, que se relaciona com o registo seguinte, em cantaria, e onde uma janela de moldura recortada antecede o remate em frontão de lanços, ao centro do qual e ergue uma cruz. Nos corpos laterais, as portas são de moldura recortada e remate semicircular. No interior, com nave única de dois tramos, destaca-se a composição do Calvário, com esculturas de grandes dimensões. Esta, marca o final de um longo percurso pelas ruas da cidade, evocativo dos principais passos de Jesus a caminho do Calvário, à qual se acede depois de ultrapassar a escadaria que antecede o templo e percorrer o espaço interno daquela que é a capela de maiores dimensões e aparato de todo o conjunto. (Rosário Carvalho) (Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=74015. Imagem captada em abril 2024 @Google)
Proteção
Situação: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Diploma de Classificação: Decreto n.º 37 450, DG, I Série, n.º 129, de 16-06-1949
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP): Portaria n.º 715/2010, DR, 2.ª série, n.º 195, de 7-07-2010 (sem restrições)