Palace Hotel do Buçaco e mata envolvente, incluindo as capelas e ermidas, Cruz Alta e tudo o que nela se contém de interesse histórico e artístico, em conjunto com o Convento de Santa Cruz do Buçaco

Designação
Designação: Palace Hotel do Buçaco e mata envolvente, incluindo as capelas e ermidas, Cruz Alta e tudo o que nela se contém de interesse histórico e artístico, em conjunto com o Convento de Santa Cruz do Buçaco
Localização
Distrito: Aveiro
Concelho: Mealhada
Freguesia: Luso
Morada:
Georreferenciação: Latitude: 40.376237 / Longitude: -8.365291
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: 𝗜𝗺𝗼́𝘃𝗲𝗹 Situado na Mata do Buçaco, no espaço do antigo convento carmelita de Santa Cruz, o Palace Hotel do Buçaco é um conjunto de edifícios de gosto revivalista edificado entre 1888 e 1922, integrando o corpo principal do hotel (1888-1899), com interiores renovados em 1922, a Casa dos Cedros (1899), a ala sul e respetiva galeria (1904), a Casa dos Brasões (1905-1910) e a Casa dos Arcos depois reaproveitada para edificar a Casa dos Embrechados (1922). O complexo hoteleiro é um exuberante edifício neomanuelino, correspondendo não apenas a diferentes épocas de construção mas a diferentes projetistas e, consequentemente, a distintas formas de recriar num lugar considerado "mágico" uma das tipologias mais marcantes da arquitetura portuguesa. A conjugação dos edifícios forma uma planimetria retangular, dominada pelo corpo do hotel numa das extremidades, a partir do qual se associam, interligados, os restantes espaços, nomeadamente o remanescente do antigo convento. O edifício principal foi construído como um palacete, com três pisos e um torreão, num decalque evidente da Torre de Belém. O interior apresenta espaços luxuosos decorados com requinte, cujos programas decorativos de pintura, escultura e azulejo foram entregues a renomados artistas da época, como António Ramalho, Carlos Reis, João Vaz, Jorge Colaço e Costa Motta Sobrinho. A Casa dos Brasões, construída como um pavilhão real anexo ao hotel destinado a albergar os monarcas nas suas viagens ao Buçaco, divide-se em três pisos, contemplando no projeto original a receção e a sala de jantar no piso térreo e os quartos nos pisos superiores, no intermédio para criados, no superior para a Família Real. No programa ornamental dos alçados, a casa mantém o desenho neomanuelino, com janelas maineladas inseridas em arcos de volta perfeita, cordames, medalhões com tondi e os brasões que dão nome ao espaço, colocados em torno do monumental arco de volta perfeita com janela que coroa a fachada principal. 𝗛𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮 A história do Convento do Buçaco remonta a 1628, quando a Ordem dos Carmelitas Descalços fundou na mata o único Deserto português. Deste complexo, que o convento e incluía pequenas capelas (representando eremitérios), subsistiu a igreja. Ao contrário do que sucedeu com a maioria dos espaços conventuais depois da extinção das ordens religiosas, que foram vendidos a particulares, o Buçaco foi mantido na posse do Estado. Se num primeiro momento a Coroa pensou construir ali um palácio real, nas últimas décadas do século XIX o Ministro das Obras Públicas, Emídio Navarro, propôs que se construísse na cerca da mata um "palácio do Povo", ou seja, um hotel, encarregando o cenógrafo Luigi Manini do projeto. Este foi aprovado em 1888, ano em que se iniciou a primeira fase das obras, que decorreu até 1899. Em 1905 Manuel Joaquim Norte Júnior era contratado para desenhar o "anexo real" que veio a ser conhecido como Casa dos Brasões, mantendo a linguagem neomanuelina do corpo principal desenhado anos antes por Manini. Porém, o jovem arquiteto imprime o seu cunho pessoal ao programa, assumindo uma "concepção nitidamente beauxartiana na sua construção" (Tostões: 2004, p. 77), onde sobressaem elementos estruturais que mais tarde serão definidores da sua obra, como o grande meio arco de volta perfeita que integra uma janela coroando a fachada (repetido depois no palacete da Fontes Pereira de Melo ou no atual Clube Militar Naval) ou as janelas geminadas integradas num arco de volta perfeita (integradas, em escala diferente, n' A Voz do Operário e no Palace Hotel da Curia). Norte Júnior seria ainda responsável pela ala que passou a ligar este edifício à Casa do Cedro, em torno da igreja, e pela remodelação e ampliação da Casa dos Embrechados, bem como pelas obras dos espaços interiores já sob encomenda de Alexandre de Almeida, o empresário hoteleiro que modernizou o complexo nos anos 20. Catarina Oliveira DGPC, 2015 (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=74851)
Proteção
Situação: Classificado como MN - Monumento Nacional
Diploma de Classificação: Decreto n.º 5/2018, DR, 1.ª série, n.º 10, de 15-01-2018 (reclassificou como MN e criou duas ASA e dois zonamentos) || Portaria n.º 44/2018, DR, 2.ª série, n.º 13, de 18-01-2018 (fixou as restrições)
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):