Capela românica de São Pedro de Vir à Corça

Designação
Designação: Capela românica de São Pedro de Vir à Corça
Localização
Distrito: Castelo Branco
Concelho: Idanha-a-Nova
Freguesia: Monsanto e Idanha-a-Velha
Morada:
Georreferenciação: Latitude: 40.035236 / Longitude: -7.11931
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: No sopé do inselberg de Monsanto, distante da aldeia, a pequena capela-ermida de São Pedro de Vira-Corça é um dos mais interessantes testemunhos de arquitectura religiosa românica da Beira Baixa. À primeira vista, dir-se-ia ser um templo modesto, de nave única, pouco iluminado, em que a rudeza e o aspecto compacto das paredes está mais de acordo com aquele Românico de resistência, cantonado nas regiões pobres e periféricas do Portugal baixo-medieval, quando o Gótico era já uma realidade nos principais centros do país. Sabe-se muito pouco acerca da origem deste templo. Alguns autores relacionaram esta capela com uma provável villa romana, de nome "villa corça". Outros apontaram uma origem ermítica, com base numa lenda que refere a existência de um Santo Amador, que aqui terá vivido em tempos imemoriais. O edifício que hoje vemos data de finais do século XII ou inícios do século XIII, e integra-se num vocabulário estilístico ainda românico. É o mais eloquente testemunho da importância que o local teve para a religiosidade popular da vasta região circundante, bem como para a vitalidade económica da região, na medida em que, algumas décadas depois da sua construção, aqui se instalou uma feira, por ordem de D. Dinis, que serviu, entre outras povoações, a aldeia de Monsanto. Mas a capela de São Pedro de Vira-Corça integra-se apenas parcialmente nesse românico tardio e modesto. É um facto que o aspecto exterior rude aponta para uma resistência das formas. A fachada principal, com portal de arco de volta perfeita, com impostas escassamente decoradas, sobrepujado por um tímido óculo circular axial, com gelosia muito pouco rendilhada, é a primeira impressão causada pelo templo. Mas o interior é amplo e até surpreendente. A cabeceira é tripartida, sendo a capela-mor composta por dois tramos e os absidíolos muito estreitos, uma solução que se liga, longinquamente, à capela de São Pedro de Leiria (FERNANDES, 1999, p.30). Na nave, duas colunas, que serviram de suporte a um provável coro barroco, ou a uma outra solução para o telhado, sugerem um espaço organizado em três naves, conclusão claramente ilusória face ao que efectivamente existe. A solução atípica que aqui vemos empregue, sem paralelo aparente no vasto interior beirão, prestou-se a todo o tipo de avaliações e interpretações, como uma possível datação em tempos pré-românicos, algo que, sem novos dados de proveniência arqueológica, não se poderá sequer equacionar. Vira-Corça, com São Miguel de Monsanto, dentro do perímetro do castelo, constituem dois dos últimos testemunhos do Românico nacional, derradeiros exemplos cronológicos (já do século XIII) e geográficos (imediatamente antes do Tejo, quando a paisagem artística medieval muda para o Gótico). PAF (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73618)
Proteção
Situação: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Diploma de Classificação: Decreto n.º 42 007, DG, I Série, n.º 265, de 6-12-1958
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):